A mulher e a Sombra do Feminino

Olá queridas Mulheres Conscientes, vamos conversar um pouquinho sobre um dos temas mais votados na enquete que fiz no instagram? Onde o assunto que mais despertou interesse foi sobre a sombra existente no feminino.

Vou expor esse assunto aqui, com o objetivo de torna-las Conscientes da existência dessas sombras no feminino, porém não tem como, não falar também da luz, E eu não posso falar desse assunto 👏sem honrar minha grande mestra Anna Patrícia, que faz Mentoria para Mulheres que trabalham com Mulheres, onde me Mentoriou para que eu pudesse hoje estar facilitando Círculos de Mulheres Terapêuticos, se vocês não conhecem, eu sugiro que conheçam o lindo trabalho online e presencial que ela faz a serviço de todas nós mulheres. Vou deixar a baixo o link do canal dela no Youtube para vocês acessarem.

😍Então foi com esse lindo trabalho, que a Anna me ensinou a olhar para as minhas próprias sombras e também reconhecer a minha luz. Pois nós não somos só sombra. Ela me ensinou a olhar para mim, com amorosidade tirando o chicotinho que eu carregava e sei que muitas de vocês também carregam.

🙆Sabe aquele chicotinho, que sangra quando bate, pois é eu utilizei por muito tempo comigo mesma. Me punindo, me cobrando, me auto criticando, buscando uma perfeição que não existe em ninguém.

E a minha intenção em compartilhar esse olhar é de fazê-las refletirem sobre vocês mesmas, a identificar em sua própria história de vida, as suas sombras, que muitas vezes nós não conseguimos vê-las.

Cada Mulher é única e o que a torna assim é a sua própria história de vida e o que ela aprendeu com as mulheres da sua família. Cada uma de nós tivemos que aprender um Modo Operante para viver, que é uma forma de funcionar para sobreviver e chegar até aqui. A grande maioria de nós Mulheres estamos ancoradas na força Masculina e por que disso?

Não sei dizer com exatidão quando tudo começou, porém o que sabemos é que o regime patriarcal que vivemos hoje, onde o homem foi colocado como um Ser Superior a mulher, nos tirando a liberdade de sermos quem nascemos para ser  e a 2º guerra mundial quando os homens foram para guerra e as mulheres precisaram ir a luta, trabalhar fora, administrar o lar, criando e educando os filhos sozinha, precisaram aprender a competir e tomar posse dessa força masculina que existe dentro de cada uma de nós, mas que em desequilíbrio supera a nossa capacidade de Sororidade que é a luz do feminino.

Tomando posse dessa Força veio também átona a Fúria por ter sido massacradas por tanto tempo, e graças ao Fenômeno do Feminismo e de todas as mulheres, que eu honro e respeito pois morreram lutando, estamos conseguindo ocupar pouco a pouco o nosso lugar, em busca da igualdade de oportunidades e direitos entre homens e mulheres.

Porém ao nos ancorar tão intensamente e só nessa força e luz masculina, do competir, do agir, do decidir, entramos na sombra e começamos a desconfiar, criticar, manipular, que não é só do feminino mas que nós usamos com muita propriedade e muitas vezes de forma velada, assim deixamos de confiar em outras mulheres, chegamos ao ponto de acreditar que só gostamos ou conseguimos ter amizades  com homens, ou só confiamos em médicos homens, ginecologistas homens, obstetras homens, não que eles não tenham competência para tal profissão, não é isso, o que quero dizer é eles nunca conseguirão compreender que apesar da dor, emerge de dentro de uma mulher a força e o prazer ao gerar e parir um filho.

E aqui não estou querendo dizer que exista o parâmetro que mulher seja melhor que homem, até porque eu não acredito nisso, eu aprendi e experimento todos os dias que nós mulheres precisamos muito da força masculina interna, para colocar em ação a nossa produtividade, a racionalidade, a capacidade de planejamento, mas ela precisa estar balanceada com a força feminina interna, que é a nossa capacidade intuitiva, a capacidade de acolhimento, de nutrição, de trazer através do nosso útero a multiplicação da vida, de saber lidar com as nossas inúmeras emoções, de morrer e renascer em cada ciclo menstrual, de ter variadas percepções que é latente do feminino e a capacidade de exercer múltiplas funções ao mesmo tempo.

Essas duas forças masculina e feminina precisam estar em equilíbrio dentro de nós mulheres e também no convívio com outras pessoas, sejam homens ou mulheres, pois é impossível seguir pela vida sem prejuízos se nos faltar qualquer uma delas, ou se uma estiver sobressaindo a outra.

E digo isso com propriedade pois além de mim, de sentir na pele o que é esse modo operante masculino, as mulheres que chegaram e chegam no círculo de mulheres que eu facilito, também estão nesse mesmo modo e com isso abrimos mão do cuidar de si, abrimos mão dos sentimentos e da intuição, não temos tempo, mantemos o foco no resultado, somos imediatista, queremos tudo pra ontem, muitas vezes se atropelando e sempre competindo. E assim quando estamos em uma relação com outras mulheres, que também estão no modo operante masculino, construímos um campo fértil para a desarmonia, pois “estar entre mulheres é o mesmo que estar de frente de um grande espelho Multifacetado”, como diz a Anna Patrícia.

E tudo aquilo que eu não aceito no outro, que me irrita, que dá vontade de esganar, se olharmos com muito amor poderemos ver que essa é uma sombra nossa que queremos excluir e esconder de nós mesmas. Porém o que não sabemos conscientemente é que estaremos atraindo pessoas que irão refletir nossas próprias sombras, justamente para que consigamos olhar pra ela e iluminar.

Vou compartilhar um exemplo meu, antes de começar o meu caminho de autoconhecimento e cura interna do feminino, por muito tempo em minha vida acreditei que eu era um imã para atrair mulheres que só reclamavam da vida com muito peso negativo. E isso me deixava irritadíssima, até passei acreditar que mulher era um Ser humano que só sabia reclamar....kkk até temos esse rotulo, nas charges da internet né. Então isso passou a ser uma verdade pra mim e carreguei como se fosse uma sombra das mulheres, como outras que são descritas como, as mulheres competem entre si, a mulher se veste para outra mulher e não pra ela mesma nem para o homem, que mulher é fofoqueira entre outras. O que eu não sabia na época, era que essa se tratava de uma sombra minha, que eu não queria olhar e pelo contrário a maquiava dizendo que: eu não reclamo, eu olho para o lado positivo de tudo....kkkkk pois é, mas como vamos ver o positivo sem olhar o negativo?

Eu aprendi com a Anna que é psicóloga e terapeuta sistêmica, um ensinamento da psicanálise Junguiana, criada por Carl Gustav Jung, que a sombra é um espaço interno nosso onde depositamos aquilo que não queremos ver, mas que não deixa de existir dentro de nós e que reflete através dos nossos relacionamentos com o outro. E por experiência própria aprendi, que justamente aquilo que é insuportável no outro é justamente o que mais quero esconder de mim mesma.

A sombra masculina, de certa forma é mais fácil de ver, pois quando o homem sai do seu centro e chega no extremo da sua agressividade, ele parte para a violência física, isso é claro e explícito, conseguimos ver. Já a sombra feminina é muito mais difícil de lidar, pois ela é sedutora e envolvente. Quando a Mulher está na sua dimensão mais sombria, ela joga uma teia, ela envolve o outro, que pode ser o marido, o filho ou outra mulher, seduz de tal forma para que o outro faça justamente aquilo que ela quer. E para isso usamos várias máscaras, seja se vitimizando, ou chantagem emocional, ou manipulando, as vezes fazendo uma fofoca ou maledicência.

E como resolver isso? Como conseguir não entrar nessas sombras? O caminho é o do auto conhecimento, para que possa buscar internamente a sua força feminina, pois só conseguimos mudar o caminho depois que tomamos conhecimento dele. E um lugar seguro e protegido que eu indico para esse caminho, pois foi o que eu experimentei e fez diferença para mim e ajuda a me curar, é o círculo de mulheres. É fazer o caminho de volta, é estando entre mulheres, buscando o mesmo propósito, que aprenderemos e tomaremos nossa força interna.

P.S: Esqueci de mencionar, não atraí mais mulheres que reclamam da vida...kkkk

Com carinho e muita Gratidão,

Danyelle Druantia.

Fotos: Marianne Outeiro

Anna Patrícia Chagas: https://www.youtube.com/channel/UCA6xx2QCrjxB7a8u_HDTNWQ